“Untitled Film Stills”, de Cindy Sherman

Proposta

O meu trabalho,que será teórico, parte da análise da série “Untitled Film Stills”, de Cindy Sherman. Sendo caracterizada simultaneamente por sentimentos de estranheza e familiaridade, é um caso particular de auto-representação/ficção que me interessa explorar. Usufruindo da fotografia como técnica de registo da sua produção em série, a artista ilude o observador ao apresentar várias mulheres em diversos lugares. A multiplicidade de personagens apresentadas fazem parte de  um jogo do sujeito (a própria autora) com os esterótipos femininos e o espectador: a sensação de dejá vu tida num primeiro olhar é enganadora. A repetição, de facto, não existe. É o imaginário de uma determinada época que persiste na nossa memória visual que é aqui posto em causa. Esta mecânica de trabalho causa no espectador uma certa confusão e desconforto, conduz a uma  indeterminação no reconhecimento das imagens apresentadas. É com base nesta contradição que pretendo explorar este trabalho, relacionando-o com obras posteriores desta mesma artista, e possivelmente com obras de outros artistas. relacionados.



Proposta de trabalho

No meu trabalho optei por fazer um ensaio teorico, onde decidi reflectir sobre alguns temas abordados na aula, abrangendo o acaso, as chance-images, o automatismo e as formas de abstração procuradas para a libertação do individuo e do artísta.

Ao observar atentamente as pessoas que me rodeiam, apercebi-me que existem variadas situações em que estas mudavam de atitude ou personalidade. Como exemplo, durante um jogo de futebol,observei que, pessoas mais tímidas podem ter uma postura de liderança ou mais extrovertida apenas porque o jogo em questão tem regras diferentes das regras com que nos deparamos no nosso quotidiano.

Mas assim como no desporto, também podemos denunciar este tipo de alteração de comportamento quando existe o consumo de drogas, ou por exemplo, durante as férias, onde as pessoas estão dentro de um contexto diferente do seu habitual.

Isto levou-me a pensar que, analisando a vida como um jogo, onde dentro deste outros vários ocorrem, existe uma vontade sempre, consciente ou inconsciente, de fugir ao jogo do quotidiano, onde as regras se impoem de uma maneira muito mais imperativa.

Interessa-me explorar essas diferenças de comportamento como formas de abstracção do dia-a-dia do ser comum e estudá-las, relacionando-as com as formas de abstração utilizadas pelos artístas. Isto, claro, considerando a arte tambem como um jogo, apesar de não tão visíveis sempre as suas regras.

Pretendo perceber e estudar melhor esse desejo do artísta se abstraír, esse desejo do inato, imediato e descontrolado. Para isso, vou abordar diferentes movimentos artísticos e artístas, que na minha opinião estejam ligados com este tema.

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Glitch [projecto]

Glitch é o tema que irei desenvolver no meu projecto para seminário de pintura. O termo glitch é usado quando ocorre uma curta falha num sistema. Com base nesta temática irei realizar um trabalho prático que consiste na exploração do erro proveniente da manipulação do medium VHS e outras fitas magnéticas como as cassetes de áudio. Não descarto a hipótese quer de alargar o campo de mediuns a trabalhar quer o contrário, o de me centrar em apenas um, visto tratar-se de um trabalho experimental. O que me interessa neste trabalho é o erro causado pelo acaso, mas este acaso por vezes pode ser propositado, ou seja, numa compreensão dos factores que causam o erro, poderei manipula-los, e desta forma o erro passará a ser criado propositadamente, apesar de continuar a existir um grau de casualidade. De modo a acompanhar estas experiências irei desenvolver um trabalho teórico. Nam June Paik (+), Ant Scott (+), Jeff Donaldson (+), Yasunao Tone e Woody Vasulka são alguns artistas cujo trabalho que desenvolveram irei ter em conta.

Flânerte/Flânerie

Cesário Verde: Sentimento de um Ocidental

III – Ao gás

E saio.  A noite pesa, esmaga. Nos
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras
Um sopro que arrepia os ombros quase nus.


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Psicogeografia/Deriva

Sobre Francis Alÿs

Autor hoje

Se olharmos para a História como uma sucessão de movimentos que surgem como solução de contradições anteriores, e recolocando o nosso olhar na progressão da ideia ou significado de autoria, poderemos chegar a uma conclusão sintomática da actual questão autoral? O que é a autoria hoje?
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Projecto

Como projecto para seminário de pintura pretendo realizar um trabalho teórico que reflita a necessidade/vontade que os artistas tiveram em alienar o meio fotográfico durante o século XX e início do século XXI, meio que que tinha o pressuposto de ser objectivo na representação do real. Começarei por referenciar obra de Walter Benjamin – “A obra de arte na sua era da reprodutividade técnica” e também possivelmente a obra de Valém Flusser – “Ensaio sobre a fotografia”, relacionando-as com a alienação acima referida e, consequentemente, com o inconsciente óptico que se podem ver um obras como as celestografias de August Strindberg ou as fotografias de Susan Burnstine (http://susanburnstine.com).

Projecto

Tendo como ponto de partida a série de fotografias de Brassaï “Sculptures involontaires” pretendo fazer um trabalho teórico-prático. Quanto à parte teórica, consistirá numa abordagem ao conceito de inconsciente óptico, a máquina fotográfica, o aparelho enquanto prolongamento do olhar. Relativamente à parte prática também irei desenvolver uma série de fotografias, que vão complementar o trabalho teórico, em que vou retratar uma realidade vista de diferentes perspectivas, criar novas realidades (estranhas ou ambíguas) usando a máquina fotográfica como um meio de transportar o espectador para novos lugares.

Projecto

FBAUP
Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto
Seminário de Pintura

Nas primeiras décadas do século XX muitos artistas plásticos e escritores de vanguarda experimentavam e pesquisavam as novas descobertas da mente inconsciente como meio para estimular o processo de criação. O auge dessas actividades foi durante o movimento artístico/literário chamado Surrealismo, fundado em 1924 em Paris, pelo escritor e cirurgião militar André Breton, que havia estudado esses fenómenos psíquicos e as técnicas psicanalíticas com Freud, as quais foram determinantes para o desenvolvimento da teoria e da obra surrealista.

É sob esta influência freudiana, que o movimento Surrealista tentou transportar para os diversos campos da criação artística – da literatura ao cinema – o que perturbava a mente humana, através dos mais secretos aspectos do inconsciente, procurando no imaginário onírico a inspiração para as suas obras.

O que me proponho neste trabalho, é tratar o plano da metodologia surrealista da criação artística, abordando as suas principais preocupações, bem como os seus processos mais recorrentes.
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