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Parte III - Liderança

 

(...) Quem tem um exército tem poder.

O general perfeito conhece todas as coisas do céu e da terra.

Um exército não é nada, senão pela cabeça.

Deve, então um príncipe não ter outro objecto e outro pensamento, nem chamar a si outra arte, além da guerra e ordenanças e disciplinas dela; porque a guerra é a única arte que pertence especificamente a quem comanda.

Os reinos que têm boas instituições não dão autoridade absoluta aos seus reis excepto no comando dos seus exércitos; pois apenas nesta instituição são necessárias as decisões súbitas; por causa disto, um só indivíduo deve ser responsável.

Por influência moral quero dizer aquilo que provoca a harmonia entre o povo e os seus dirigentes, tornando-o capaz de o levar a segui-los para a vida e para a morte sem pavor a perigos mortais.

Na guerra, o primeiro princípio do general-em-chefe é esconder o que faz (...).

Porque esse general considera os seus homens como crianças e eles marcharão a seu par até aos mais profundos vales. Trata-os como filhos amados e eles morrerão a seu lado.

É obrigação do general manter-se sereno e inescrutável, imparcial e com autodomínio.

Deve manter os oficiais e homens no desconhecimento dos seus planos.

Muda os seus métodos e altera os seus planos para que ninguém saiba o que está fazendo.

Encarrega as tropas das respectivas tarefas sem lhes revelar os seus objectivos. Fá-las ganhar vantagens sem lhes apontar os perigos.

A imprensa é a arma mais poderosa do arsenal do chefe de guerra moderno.

A arte da guerra tem princípios invariáveis que têm por fim, principalmente, garantir os exércitos contra o erro dos chefes sobre a força do inimigo; erro que, do maior ao menor, tem sempre lugar.

O sucesso da guerra depende da prudência, da boa condição e da experiência do general.

Fazei poucas proclamações e evitai mandar pôr nos jornais os vossos actos que sejam de pura administração.

A arte consiste mais ainda em fazer trabalhar, do que em esforçar-se muito.

Negai-vos a parlamentar, são meios de que os nossos inimigos sempre se serviram contra nós.

A sorte de uma batalha é o resultado de um instante, de um pensamento (...).

Um príncipe de quem se diz: é um bom homem, é um rei perdido. Tendes o ar de quem faz a corte a toda a gente.

Fazer apreciações erradas ou ser apanhado de surpresa pode significar a perda da superioridade e da iniciativa.

Os homens que desejam levar a cabo uma tarefa devem primeiro preparar-se com cuidado para que quando a oportunidade surja sejam capazes de concretizar aquilo a que se propuseram.

Porque entre os maiores inconvenientes que resultam se encontrar o príncipe desarmado está o de que o desprezem: o que é uma das infâmias de que o príncipe mais se deve guardar (...).

Não deve jamais (o príncipe), portanto, levantar o pensamento deste exercício da guerra, e deve na paz exercitar-se mais do que na guerra; o que pode fazer de dois modos: um com as obras, outro com a mente.

(...) No que se refere ao exercício mental, deve o príncipe ler as histórias, e nelas considerar as acções dos homens excelentes, ver como se portaram na guerra, examinar os motivos das suas vitórias e derrotas, a fim de poder fugir a estas e imitar aquelas (...).