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Parte IV - Acção

 

Mas sabemos que o curso da acção na guerra raramente, ou nunca, tem esta continuidade sem quebra, e que houve muitas guerras em que a acção ocupou, por longe, a mais pequena parte do tempo utilizado, sendo o resto consumido em inacção.

(Há) uma ampla diferença entre a guerra na realidade e a sua concepção original.

O perigo na guerra pertence à sua fricção.

A fricção é a única concepção que, de um modo geral, corresponde àquilo que distingue uma guerra real de uma guerra no papel.

O combate é a verdadeira actividade guerreira, tudo o mais é só auxiliar (...).

(...) Tudo está sujeito a uma lei suprema: que é a decisão pelas armas.

Na arte da guerra, como na mecânica, o tempo é o grande elemento entre a força e a potência.

Quando próximo, simule-se o afastamento; quando afastado, aparente-se a proximidade.

Portanto, na guerra é de suprema importância atacar a estratégia do inimigo.

A invencibilidade está na defesa: a possibilidade de vitória está no ataque.

O cúmulo da perfeição na disposição de tropas está em fazê-lo de modo que não seja compreensível. Nem os melhores espiões a entenderão, nem os sabedores poderão elaborar planos contra ti.

Em campanha sê veloz como o vento (...).

O ponto mais alto das operações militares consiste em simular-se a aceitação dos desígnios do adversário.

(...) E porque a nossa resposta tem sido e será: olho por olho, dente por dente.

Contra a surpresa o inimigo nada pode opor e, desta maneira, fica perplexo e aniquilado.

(...) Sermos nós que escolhemos o lugar e a hora do ataque, quem fixa a sua duração e quem estabelece os objectivos. O inimigo está na ignorância de tudo.

A emboscada causa desgaste ao inimigo e provoca-lhe nervosismo, insegurança e medo.

(...) Sempre está implicado no conceito de guerra que todos os efeitos manifestados têm a sua raiz no combate.

(...) A solução sangrenta da crise, o esforço para a destruição das forças do inimigo, é o filho primogénito da guerra.

.(...) O actuante na guerra continuamente encontra as coisas diferentes das suas expectativas.

A actividade na guerra é movimento em meio antagónico.

A guerra no seu sentido literal é lutar.

Portanto, a arte da guerra, no seu sentido próprio é a arte de utilizar os meios dados (...).

Portanto, a condução da guerra é a formação e condução da luta.

A táctica é a teoria da utilização das forças militares em combate.

A guerra é o choque de duas forças opostas em colisão uma com a outra (...).

(...) Todas as forças disponíveis e destinadas a um objectivo estratégico deveriam ser-lhe aplicadas em simultâneo (...).

Combate significa luta, e nesta o objectivo é a destruição ou conquista do inimigo, e o inimigo, em combate particular, é a força armada que se coloca em oposição a nós.

(...) Qualquer acto estratégico pode ser identificado com a ideia de um combate porque é a utilização da força militar e, na raiz desta, sempre está a ideia de luta.

Não pode travar-se nenhuma batalha que não seja por consentimento mútuo (...).

Que é uma batalha? (...): é um conflito em que pesam todas as nossas forças, para que se alcance uma vitória decisiva.

A batalha pode pois ser considerada como a guerra concentrada.

A batalha é a mais sangrenta via de solução. É verdade que não é apenas uma mortandade recíproca, (...) mas o sangue sempre será o preço, e o morticínio o seu carácter e o seu nome (...).

A vitória não se pode obter senão com o preço do sangue.

(...) Aquilo que importa é dispôr da superioridade no ponto crítico e no momento do ataque.

A desordem máxima era precisamente o nosso equilíbrio.

O nosso objectivo era tornar a acção numa série de combates singulares.

É necessário atacar lá onde o inimigo não se encontra.

(...) A réplica aos ataques de surpresa, (...), é ser mais móvel que o atacante.

É bom sinal quando o inimigo nos ataca.

A guerra significa a passagem das partes a um diverso tipo de interacção.

A arte da guerra é dispôr as tropas de maneira que elas estejam por toda a parte ao mesmo tempo.

A simplicidade é a primeira condição de toda todas as boas manobras.

Toda a arte da guerra consiste numa defensiva bem ponderada, extremamente circunspecta e numa ofensiva audaciosa e rápida.

A passagem da ordem defensiva à ordem ofensiva é uma das operações mais delicadas da guerra.

A primeira condição de um campo de batalha é não ter desfiladeiros à sua rectaguarda.

Defendei com afinco e nunca abandoneis de ânimo leve a vossa linha de operação.

Tanto nos batemos a tiro de canhão como a soco.

Quando estamos em posição de acertar o alvo, é preciso não nos deixarmos desviar por manobras contrárias.

Não é dispersando as tropas e separando-as que se chega a um resultado.

A arte é hoje atacar tudo o que se nos depara, a fim de bater o inimigo em particular e enquanto ele se organiza.

Na guerra de guerrilhas, a necessidade de conseguir uma decisão rápida é muito grande (...).

"Concentrar uma grande força para golpear uma pequena força do inimigo" continua a ser um dos princípios da acção militar (...).

Qualquer exército que, perdendo a iniciativa, se vê forçado a manter-se numa posição passiva, deixa de ser livre e corre o perigo de exterminação ou derrota.

(...) A iniciativa não é qualquer coisa já feita, mas sim algo cuja obtenção requer um esforço consciente.

Dispersão, concentração e deslocação são os três caminhos para uma utilização flexível das forças (...).

Devem usar-se constantemente estratagemas para enganar, engodar e confundir o inimigo (...).

A ofensiva é o único meio de destruir o inimigo e o principal meio de conservar as próprias forças (...).

O ataque tem como objectivo imediato a destruição do inimigo (...). A defesa tem como objectivo imediato a conservação das próprias forças (...).

A guerra tomará forma de guerra de movimento já que o seu conteúdo é uma ofensiva de decisão rápida (...).

É preciso pois que o inimigo avance, razão por que não devemos lamentar a perda temporária e parcial do nosso território.

Dum modo geral, a guerra de movimento realiza a tarefa de aniquilamento, a guerra de posições cumpre a tarefa de desgaste e a guerra de guerrilha cumpre as duas simultaneamente.

Dispersar as tropas para levantar as massas, concentrar as tropas para bater o inimigo.

O inimigo avança, nós recuamos, o inimigo imobiliza-se, nós hostilizamo-lo, o inimigo esgota-se, nós golpeamos, o inimigo retira, nós perseguimos.

A táctica é a arte de utilizar o melhor possível os meios militares, ela diz respeito ao domínio do combate.

Já não é necessário dispôr de uma potência excessiva para atenuar a imprecisão do tiro.